domingo, 22 de abril de 2012

Contos e Lendas | A Lenda das 13 Matriarcas


 

Ao longo dos tempos, entre os Kiowa, Cherokee, Iroquois, Sêneca e em várias outras tribos nativas norte-americanas, as anciãs contavam e ensinava, nos "Conselhos de Mulheres" e nas "Tendas Lunares", as tradições herdadas pelas suas antepassadas.

De entre essas lendas e histórias, sobressai a lenda das "Treze Mães das Tribos Originais", representando os princípios da energia feminina manifestados nos aspectos da Mãe Terra e da Vovó Lua.
Neste momento de profundas transformações humanas e planetárias, é importante que todas as mulheres conheçam este antigo legado para se poderem curar antes de tentarem curar e nutrir os outros. Desta forma, as feridas da alma feminina não se manifestarão em atitudes hostis, separatistas, manipuladoras ou competitivas. Alcançando uma postura de equilíbrio, as mulheres poderão expressar as verdades milenares que representam, em vez de imitarem os modelos masculinos de agressão, competição, conquista ou domínio, mostrando, assim, ao mundo um exemplo de força equilibrada, se empenhando na construção de uma futura sociedade de parceria.

Como regentes das treze luas, as Treze Matriarcas protegem a Mãe Terra e todos os seres vivos com os seus atributos individuais, que são as dádivas trazidas por elas à Terra. O símbolo da Mãe Terra é a Tartaruga e seu casco, formado de treze segmentos, simboliza o calendário lunar.

Conta a lenda que, no início do nosso planeta, havia abundância de alimentos, igualdade entre os sexos e as raças. Mas, aos poucos, a ganância pelo ouro levou à competição e à agressão, a violência resultante desviou a Terra da sua órbita, levando-a a cataclismos e mudanças climáticas. Em consequência, para que houvesse a purificação necessária do planeta, este primeiro mundo foi destruído pelo fogo.
Assim, com o intuito de ajudar num novo início e restabelecer o equilíbrio perdido, a Mãe Cósmica, manifestada na Mãe Terra e na Vovó Lua, deu à humanidade um legado de amor, perdão e compaixão, resguardado no coração das mulheres. Para isso, treze partes do Todo representando as treze luas de um ciclo solar, com atributos de força, beleza, poder e os mistérios do Sagrado Feminino. Cada uma por si só e todas em conjunto, começaram a agir para devolver às mulheres a força do amor, do bálsamo do perdão e da compaixão que iriam redimir a humanidade. Essa promessa de perfeição e ascensão iria manifestar-se num novo mundo de paz e iluminação, quando os filhos da Terra aprendessem todas as lições e alcançassem a sabedoria.

Cada Matriarca detinha no seu coração o conhecimento e a visão e no seu ventre a capacidade de gerar os sonhos. Na Terra, elas formaram um conselho chamado "A Casa da Tartaruga" e, quando voltaram para o interior da Terra, deixaram no seu lugar treze caveiras de cristal, contendo toda a sabedoria por elas alcançada. 
Por meio dos laços de sangue dos ciclos lunares, as Matriarcas criaram uma Irmandade que une todas as mulheres e visa a cura da Terra, começando com a cura das pessoas. Cada uma das Matriarcas detém uma parte da verdade representada, simbolicamente, numa das treze ancestrais. As mulheres atuais podem recuperar a sua força interior, desenvolver os seus dons, realizar os seus sonhos, compartilhar a sua sabedoria e trabalhar em conjunto para curar e beneficiar a humanidade e a Mãe Terra como um todo.

Somente curando-se a si mesmas é que as mulheres poderão curar os outros e educar melhor as futuras gerações, corrigindo, assim, os padrões familiares corrompidos. Apenas honrando os seus corpos, as suas mentes e as suas necessidades emocionais, as mulheres terão condições de realizar os seus sonhos.

Dizendo as suas verdades e agindo com amor, as mulheres atuais poderão contribuir para recriar a paz e o respeito entre todos os seres, restabelecendo a harmonia e a igualdade originais, bem como o equilíbrio na Terra.





Adaptado de um texto de Mirella Faur



Sem comentários: