O caminho espiritual é algo intimo e pessoa. Podemos partilhar as nossas experiências e conhecimentos, mas no final do dia, apenas aquilo que está em sintonia com a nossa essência deve ser aplicado e pode ser usado com sucesso nas nossas vidas. Nós somos os nossos próprios mestres.
Buda disse:
"Não acredites cegamente no que eu digo. Não acredites em mim, porque outros te convenceram das minhas palavras. Não acredites em qualquer coisa que vejas, leias ou ouças dos outros, sejam de autoridades, professores religiosos ou textos. Não confies na lógica sozinha, nem especulação. Não deduzas nem sejas enganado pelas aparências. "
"Don't blindly believe what I say. Don't believe me because others convince you of my words. Don't believe anything you see, read, or hear from others, whether of authority, religious teachers or texts. Don't rely on logic alone, nor speculation. Don't infer or be deceived by appearances."
Quando comecei a estudar wicca e bruxaria, existiam muito poucos livros em português e não tinha oportunidade para os adquirir no estrangeiro. Como resultado disto, toda a minha prática durante os meus primeiros 2-3 anos de estudo e experiências dentro da magia foram muito intuitivas, fazia aquilo que para mim tinha sentido e não tanto o que lia ou o que me diziam que era "o certo".
Com o passar dos anos comecei a ter internet (sim, ainda sou do tempo em que nem todos tínhamos Internet ilimitada em casa :p) e a adquirir os livros em inglês dos meus autores preferidos, fiz alguns cursos de wicca online e comecei "a seguir as regras". A partir daqui tudo descarrilou! Os meus rituais não vinham do coração e sim daquilo que me diziam que era "o correcto", as minhas correspondências já não eram as minhas e sim aquilo que os livros diziam que "era o ideal", as minhas magias já não eram as simpatias simples que funcionavam extraordinariamente bem, mas sim encantamentos complexos com dezenas de ingredientes....
Isto continuou por alguns anos até que me desinteressei pela Wicca. Pensei que era por ter crescido...dizem-nos nos contos de fadas que quando crescemos, perdemos a nossa magia (o Petter Pan sempre foi um dos meus desenhos animados preferidos...). Teria perdido eu a minha?
Alguns anos depois estava sem nenhuma base espiritual, a não ser a minha eterna fé na Deusa/Deus que se manteve durante todos os altos e baixos do meu caminho espiritual. Comecei a entender, finalmente, que tinha que ouvir o meu coração (afinal, esta é uma das forças ancestrais da Bruxa) para recuperar o meu poder á muito perdido. E foi o que fiz, segui o meu coração e a minha intuição. Voltei á inocência das crianças e o caminho abriu-se novamente. Eu tinha abandonado a Deusa, mas ela nunca me abandonou. Deixou-me provar que estava determinada em recuperar as rédeas da minha vida e depois, com a alegria de uma mãe que vê um filho retornar a casa, abraçou-me e indicou-me o meu novo caminho.
Porque é que estou a contar isto tudo? Porque o caminho espiritual é algo pessoal. Não sigam a técnica A ou B, a correspondência do cristal X ou da planta Y só porque alguém vos disse ou porque está escrito num site ou num livro.
Sigam o coração e a vossa intuição. Se para vocês o quartzo rosa simboliza amor, usem-no para amor, se simboliza evolução espiritual, usem-no para isso!
O mesmo acontece com a meditação! A meditação é relaxar o corpo e a mente, técnicas especificas ajudam no inicio mas, como cada pessoa é diferente, cada um deve descobrir qual o caminho que funciona melhor para si.
Cada mentor espiritual passa a sua experiência. Peguem nesta informação e criem a vossa com a aplicação pratica apenas daquilo que para vocês faz sentido!
Namasté,
